Visão Hubble de Marte, incluindo suas calotas polares. Crédito de imagem: NASA. Clique para ampliar.
Os cientistas da NASA resolveram um mistério antigo descobrindo que a calota polar sul de Marte está deslocada de seu polo sul geográfico por causa de dois climas polares diferentes.
O clima gerado pelos dois climas regionais marcianos cria condições que fazem com que o gelo polar sul do planeta vermelho congele em uma calota cujo centro fica a cerca de 150 quilômetros do pólo sul, de acordo com um artigo científico publicado em 12 de maio edição da revista Nature.
"A calota polar sul permanente de Marte é deslocada do pólo sul geográfico, que foi um mistério que remonta às primeiras observações telescópicas de Marte", disse o principal autor do artigo, Anthony Colaprete, cientista espacial do Centro de Pesquisa Ames da NASA, localizado em Marte. Vale do Silício da Califórnia. "Descobrimos que a compensação é resultado de dois climas regionais marcianos, que estão em ambos os lados do pólo sul", disse ele.
Os cientistas descobriram que a localização de duas enormes crateras no hemisfério sul de Marte é a causa raiz dos dois climas distintos.
"As paisagens únicas das duas crateras criam ventos que estabelecem uma região de baixa pressão sobre a calota de gelo permanente no hemisfério ocidental", explicou Colaprete.
Assim como na Terra, os sistemas climáticos de baixa pressão estão associados ao frio, tempestades e neve. "Em Marte, as crateras ancoram o sistema de baixa pressão que domina a calota polar do sul e o mantêm em um único local", disse Colaprete.
Segundo os cientistas, o sistema de baixa pressão resulta em neve branca e fofa, que aparece como uma região muito brilhante sobre a calota de gelo. Por outro lado, os cientistas também relatam que o 'gelo negro' se forma no hemisfério oriental, onde o céu marciano é relativamente claro e quente.
"O hemisfério oriental da região do pólo sul recebe muito pouca neve e forma-se gelo claro sobre o solo marciano de lá", disse Colaprete. O gelo negro se forma quando a superfície do planeta está esfriando, mas a atmosfera é relativamente quente, segundo os cientistas. "Um processo semelhante ocorre na Terra quando o gelo negro se forma nas estradas", explicou Colaprete.
Os co-autores de Colaprete incluem Jeffrey Barnes, Oregon State University, Corvallis; Robert Haberle, também da NASA Ames; Jeffery Hollingsworth, Fundação da Universidade Estadual de San Jose, NASA Ames; e Hugh Kieffer e Timothy Titus, ambos do U.S. Geological Survey, Flagstaff, Ariz.
Fonte original: Comunicado de imprensa da NASA