Crédito da imagem: UCSC
Uma equipe de astrônomos da Universidade de Cambridge está pesquisando um grupo raro de galáxias, conhecidas como galáxias esferoidais anãs, que parecem ter poucas estrelas, mas uma quantidade enorme de "matéria escura". A equipe analisou uma dessas galáxias e descobriu que as estrelas nas bordas externas estavam se movendo tão rapidamente que a galáxia só poderia permanecer unida se tivesse matéria 100 vezes mais escura que a massa das estrelas. Esta pesquisa ajudará os astrônomos a entender como as galáxias são formadas e como a matéria escura entra em sua composição.
Novas pesquisas sobre galáxias esferoidais anãs por uma equipe de astrônomos da Universidade de Cambridge prometem um verdadeiro primeiro astronômico: a detecção, pela primeira vez, dos verdadeiros limites externos de uma galáxia.
A equipe está apresentando hoje (23 de julho de 2003) na 25ª Assembléia Geral da União Astronômica Internacional (IAUXXV) em Sydney, Austrália. A pesquisa pode fornecer a chave para entender como as galáxias maiores foram formadas, incluindo a nossa própria Via Láctea.
As raras galáxias esferoidais anãs exibem poucas estrelas, mas contêm grandes quantidades de 'matéria escura' ou matéria que não emite radiação que pode ser observada pelos astrônomos. A equipe estudou essas galáxias em detalhes usando alguns dos maiores telescópios ópticos da Terra, a fim de investigar seus segredos sombrios. Acredita-se que as galáxias esferoidais anãs sejam os blocos de construção dos quais as galáxias foram formadas.
Ao estudar o movimento de muitas estrelas, os cientistas criaram uma imagem de como a massa da galáxia é organizada. Surpreendentemente, quando a equipe de Cambridge olhou para as estrelas na borda de uma dessas galáxias, Draco, elas descobriram que as estrelas exteriores estavam se movendo tão rapidamente que a galáxia só poderia ficar unida se contivesse 100 vezes mais matéria escura do que a massa da galáxia. estrelas sozinhas. Usando modelos detalhados dos movimentos das estrelas em uma galáxia contendo grandes quantidades de matéria escura, o grupo conseguiu demonstrar que suas observações só poderiam ser entendidas se a galáxia estivesse cercada por um grande halo de matéria escura.
Observações da galáxia esferoidal anã da Ursa Minor apresentaram uma nova complicação no estudo. A equipe encontrou um grupo inesperado de estrelas em movimento lento, interpretadas como restos mortais de um dos sistemas estelares puros, um aglomerado globular. O aglomerado deveria ter sido espalhado pela galáxia, mas ainda estava unido. A equipe percebeu que isso só era possível se a matéria escura fosse organizada de maneira muito diferente das galáxias padrão.
Em maio de 2003, novas pesquisas sobre a Ursa Minor mostraram que as estrelas nas partes mais externas não estão se movendo rapidamente, como as estrelas nos limites de Draco. Várias teorias estão sendo investigadas, incluindo a matéria escura da Ursa Minor que foi arrancada da galáxia por seu pai, a Via Láctea, permitindo que algumas estrelas se afastem suavemente de seus pais. Ou poderiam ser estrelas que vagavam muito perto de outras estrelas no centro da galáxia e, como resultado, foram atiradas para a borda da galáxia.
Qualquer que seja a explicação, as descobertas prometem um verdadeiro primeiro astronômico: detecção, pela primeira vez, dos verdadeiros limites externos de uma galáxia.
Gerry Gilmore, professor de filosofia experimental do Instituto de Astronomia da Universidade de Cambridge, disse:
“Essa pesquisa, utilizando alguns dos maiores telescópios ópticos da Terra, nos proporcionou uma visão da composição dessas galáxias anãs raras. Esta pesquisa ajuda os astrônomos a entender melhor como as galáxias foram formadas e a levar em conta a matéria escura em todas as galáxias. ”
Fonte original: Comunicado de imprensa da Universidade de Cambridge