Assim como você pode esfregar as mãos em um dia frio para aquecê-las, o processo de aquecimento por atrito pode aquecer um objeto no espaço. Vemos isso através das interações de Júpiter com Io e, agora, relatam os astrônomos, é o mesmo processo que está causando erupção de gêiseres de gelo na lua de Encélado, Saturno.
Uma nova pesquisa da Universidade da Califórnia, Santa Cruz, propõe que a interação gravitacional entre Encélado e Saturno faz com que a lua se flexione à medida que orbita. A órbita de Encélado é excêntrica, variando sua distância a Saturno, e é essa excentricidade que cria a flexão. As falhas de Encélado se esfregam, produzindo calor suficiente para transformar gelo sólido em plumas de vapor d'água e cristais de gelo.
Os pesquisadores calcularam quanto calor poderia ser gerado por essa flexão e determinaram que ele correspondesse às observações feitas pela sonda Cassini da NASA durante seus voos. A Cassini detectou fissuras listradas de tigre no pólo sul de Encélado e esses gêiseres de gelo d'água.
Outra previsão promissora é que Encélado deve ter um oceano de água líquida sob a concha gelada para que esse processo de flexão funcione. Se a lua tivesse um sólido interior rochoso, ela não se flexionaria e não geraria os gêiseres de gelo. Esta é uma boa notícia para os astrobiólogos, já que a vida na Terra existe onde quer que haja quantidades de água líquida. Essa concha de gelo deve ter pelo menos 5 km (3 milhas) de espessura e provavelmente é muito mais espessa.
Fonte original: Comunicado de imprensa da UCSC