James P. Allison e Tasuku Honjo foram agraciados com o Prêmio Nobel de Química pela descoberta de um tipo de tratamento contra o câncer que utiliza o sistema imunológico de uma pessoa, anunciou a Assembléia Nobel do Instituto Karolinska nesta manhã (1º de outubro).
"Ao estimular a capacidade inerente de nosso sistema imunológico de atacar células tumorais, os ganhadores do Prêmio Nobel deste ano estabeleceram um princípio totalmente novo para a terapia contra o câncer", afirmou a Fundação Prêmio Nobel em comunicado.
Allison, que é professora do MD Anderson Cancer Center da Universidade do Texas, em Houston, estudava uma proteína chamada CTLA-4 que inibe o sistema imunológico de uma pessoa, travando as ações das células T. Ele percebeu que, se pudesse liberar esse "freio", o sistema imunológico causaria estragos nos tumores. Allison desenvolveu essa idéia em um novo tipo de tratamento contra o câncer.
Enquanto isso, Honjo, que agora é professor na Universidade de Kyoto, no Japão, descobriu uma proteína similar para frear o sistema imunológico. Chamada PD-1, essa proteína, ele descobriu, funciona como um freio de célula T, mas por um mecanismo diferente do usado pelo CTLA-4. A pesquisa de Honjo levou ao desenvolvimento clínico do tratamento de pacientes com câncer visando essa proteína.
Enquanto ambas as proteínas provaram ser alvos eficazes para o tratamento de diferentes tipos de câncer, a PD-1 mostrou resultados mais fortes para a chamada terapia de controle imunológico, de acordo com a Fundação Nobel. O direcionamento para PD-1 mostrou resultados positivos no tratamento de câncer de pulmão, câncer renal, linfoma e melanoma. E, mais recentemente, os cientistas descobriram que a combinação dos dois alvos pode ser ainda mais eficaz no tratamento do câncer, particularmente no combate ao melanoma.
Honjo e Allison dividirão o prêmio Nobel de 9 milhões em coroas suecas, ou US $ 1,01 milhão.